quarta-feira, 27 de junho de 2012

Curso Arte e Literatura no desenvolvimento do PP - Tema Casa

As alunas da Turma A ouviram a poesia Casa Arrumada, de autor não identificado (no google encontramos que é de Carlos Drummond de Andrade, mas uma aluna descobriu que não é verdade).


"Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia. Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar."


Depois conversaram sobre a poesia e trocaram impressões sobre as obras abaixo, fazendo referência à poesia.
 Quarto em Arles (Vincent Van Gogh, 1888)

 Sala de Jantar (Pierre Bonnard, 1934 - amplo detalhe)


Sem Título - Cena de família de Adolfo Augusto Pinto (José Ferraz de Almeida Júnior, 1891)

Casa Amarela (Lúcia Bachiega, maio de 2012, feita no ITPerina)

Ouviram a professora Lúcia cantar e tocar a música Casinha de Palha, de Godofredo Guedes.
Por fim, as alunas da Turma A criaram suas próprias casas, recortando com as mãos diversos papéis de texturas e cores diferentes.








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